Mesmo antes de assumir o cargo de presidente da república, o que deve acontecer no início de janeiro, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva já recebeu o convite para participar do evento mais importante do ano sobre mudanças climáticas. Na noite desta quinta-feira, dia 03, Lula confirmou presença na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (Cop-27), que acontecerá entre 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito. O presidente do Egito, Abel Fatah Al-Sisi, convidou o presidente eleito para participar da conferencia, porque espera que o Brasil desempenhe um “positivo e construtivo” na conferencia, completou. Lula foi convidado a integrar a comitiva do governador do Pará, Helder Barbalho, em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, e aproveitará o evento para reforçar ao mundo seu compromisso com a agenda ambiental. Está sendo especulado que durante a Cop27, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pode anunciar a deputada federal eleita Sônia Guajajara, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-SP) como chefe do novo Ministério dos Povos Originários. Seria o primeiro nome divulgado por Lula para ocupar um ministério. Lula pode se encontrar com líderes mundiais na reunião, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por exemplo. Não está prevista a ida do presidente Jair Bolsonaro para a Cop-27, até o momento. As políticas ambientais e a preservação da Amazônia estiveram no discurso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, na Avenida Paulista. O presidente eleito falou que o Brasil “está pronto para retomar o protagonismo na luta contra a crise climática” e que o próximo governo vai “lutar pelo desmatamento zero na Amazônia”. Em seu plano de governo, Lula diz que irá combater o desmatamento ilegal e irá conservar todos os biomas brasileiros. Também pretende cumprir as metas assumidas na Conferência de 2015 em Paris e garantir a transição energética. O documento ainda defende que o governo federal seja protagonista dessa transição e se compromete a adotar políticas para incentivar o corte da emissão de gases de efeito estufa, a sustentabilidade nas atividades produtivas e a redução do desmatamento da Amazônia. Já o presidente derrotado nas eleições, Jair Messias Bolsonaro, trazia em seu plano de governo a proposta de “promover a conservação e uso dos recursos naturais” e defendeu conciliar “a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico e social”. A política ambiental adotada durante o governo de Bolsonaro é criticada dentro e fora do Brasil. Durante o mandato dele, o país também registrou aumento do desmatamento. O plano diz que “as queimadas ilegais são assunto da mais alta importância”, entretanto coloca em dúvida dados sobre a devastação de florestas ao afirmar que “dependendo do tipo de parâmetro, do tipo de leitura de dados, das estatísticas utilizadas e da tecnologia de imagens adotadas, dentre outros fatores, os resultados podem ser extremamente díspares.”
João Marcelo